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Afinal, o que é Yoga?

Afinal, o que é Yoga?

Daniel Nodari (Mahādeva)

 Yoga, um termo tão utilizado nos dias de hoje e que muitos jornais, revistas, internet e até novelas tratam o assunto, mas será que realmente sabemos o que é o Yoga? Será ginástica? Será religião? Será filosofia?  Será relaxamento?

 Se você ainda associa Yoga a posições dificílimas que lembram acrobatas, ficar sentado fazendo respirações profundas com incensos bem perfumando ao redor de você e depois ficar ouvindo musiquinhas suaves para fazer um relax, você está completamente enganado.

 O Yoga, termo masculino que se pronuncia com “o” fechado, é uma filosofia que tem suas origens na Índia Antiga tendo no mínimo cinco mil de existência. É uma filosofia prática que visa o aprimoramento total e completo do Ser Humano através do auto-conhecimento.

 A elevação máxima dos níveis de consciência é uma das metas a serem conquistadas a cada prática desta filosofia. No Yoga, você percebe que  é muito mais do que simplesmente corpo e mente. Corpo, energia, emoção, mente, razão, alegria, sensorialidade, sensibilidade, força, estudo sobre si próprio, auto-superação e auto-conhecimento estão sempre associado durante as práticas de Yoga. 

 Mas para atingirmos este nível elevado de consciência, várias alterações ocorrerão dentro do nosso organismo imediatamente após iniciarmos as práticas do Yoga. Podemos descrever  alguns destes benéficos da seguinte maneira: o Yoga atua na vitalidade orgânica, na estética corporal, numa melhor administração do “stress”, melhor desempenho no trabalho, concentração em estudo e esportes, promovendo evolução interna e longevidade associado à qualidade de vida.

 Mas por mais que estes efeitos surjam após iniciar a prática, a filosofia milenar do Yoga não visa à cura de nenhuma enfermidade, mas também não se pode negar que melhoras significativas aconteçam após o inicio das práticas. A meta do yoga é muito mais nobre do que os simples  benefícios na coluna, eliminação de insônia, ganho de tônus muscular, etc... A meta é atingir o Samādhi, estado de hiper-consciência que somente esta filosofia de vida pode proporcionar. Mas já que esses benefícios acontecem, por que negá-los? Apenas não é enfatizado de maneira exacerbada, pois pode gerar uma conotação terapêutica do Yoga, fator de distorção dentro do contexto da filosofia Yogi. Yoga não é terapia e está muito longe disso, Yoga é filosofia prática que visa o auto-conhecimento através da meditação.

 Para compreendermos um pouco mais desta filosofia, precisamos conhecer as técnicas que compõe o universo do Yoga, por isso aqui vai uma pequena descrição de cada técnicas: mudrās (linguagem gestual e corporal), mantras (cânticos de bhajans, kirtan, japa e bíja mantra), prānāyāma (técnicas respiratórias de captação de prānabio-energia cósmica), kriyās (técnicas de purificação e limpeza do corpo), bandhas (contração de glândulas, plexos e órgãos), ásanas (técnicas corporais psico-físicas que trabalham de forma intensa o alongamento, flexibilidade e tônus muscular), yoganidrā (técnica de descontração), pratyāhāra (abstração dos sentidos sensoriais [indriya]), dhāranā (concentração), dhyāna (meditação) e samādhi (hiperconsciência).

 Mas para realmente saber o que é o Yoga, você deve procurar uma escola com professores qualificados para ter direcionamento correto na execução de cada uma das técnicas.

 O Yoga é um patrimônio da Humanidade ao qual todo o Ser Humano tem direito de conhecer e praticar. Esta filosofia está dentro de cada pessoa, mas cabe o instante e o momento certo na vida de cada um, para que está filosofia brote de dentro para fora iniciando assim o seu processo de auto-conhecimento. Para começar a pratica é bem fácil: basta ter um pouco de vontade e disciplina e começar a praticar agora mesmo.

 Na medida em que você avança na filosofia e se torna um verdadeiro yogin, você terá que fazer escolhas na sua vida, comer carne (assim como fazer uso de drogas, bebidas alcoólicas e cigarro) não combinam com um processo de evolução de yoga, nada mesmo. Mas calma, calma !! não existe obrigatoriedade no Yoga, tudo acontece de forma muito natural e espontânea. O Yoga não obriga nada a ninguém, com o tempo você mesmo perceberá a incompatibilidade de certos alimentos com o seu processo evolutivo e também perceberá a riqueza que é uma alimentação vegetariana. A grande verdade é a cada sistema filosófico, cada atividade física e cada tipo de esporte possuem os seus respectivos sistemas alimentares. O sistema alimentar do praticante de Yoga é o vegetarianismo, ou seja, o yogin come de tudo menos carne de nenhuma espécie, inclusive não come frango, peixe, frutos do mar, bacon e presunto, que são tipos de carnes para a surpresa de muitas pessoas!!! falando em vegetarianismo, o sistema alimentar mais especifico o lacto-vegetarianismo (eliminação de ovos e carnes)

Para o olhar de quem é leigo no assunto, o yoga pode ser facilmente confundido com ginásticas ou até com contorcionismo. Na verdade não é o yoga em si que é confundido com ginásticas ou contorcionismo, é apenas umas das técnicas de todo o universo do yoga denominado āsana que gera tal confusão.

Āsana é o conjunto das técnicas corporais que explora muito o alongamento, flexibilidade e o ganho de tônus muscular no praticante. Todo o trabalho físico do yoga é associado a um processo de respiração coordenada com cada movimento. Um processo de localização de consciência em cada movimento, requer atitude interior, tomar consciência de cada músculo, articulação e nervos trabalhados, confere muito mais energia, concentração, disposição ao praticante e não gera fadiga e nem cansaço.

Os āsanas têm a função de preparar toda a estrutura biológica do praticante para que ele possa sentar em posição de meditação sem que o corpo interfira na prática de meditação. Preparar cada articulação, músculo e nervos para manter o tronco firme e com conforto durante todo o samyama.  Com esta estabilidade corporal, o praticante abstrai a própria sensação de possuir um corpo e executa as técnicas mais sutis de concentração e meditação.

Não é muito compatível ter outra atividade no mesmo local de prática de Yoga. Ter dedicação exclusiva a uma única filosofia já é difícil, imagina colocar várias coisas no mesmo lugar de prática. 

O principal é, com certeza, o fator energético. Cada atividade tem a sua energia: yoga, budismo, ginástica, artes marciais, igreja, etc.

Esse fator energético é um fator acumulativo, se você reserva um espaço apenas para meditação e mantra, com imagens de Shiva, Krishna, Rama, Saraswati, Durga, de seu Guru, etc, todas as energias sāttvicas dos sons dos mantras, das meditações e das imagens ficam presentes neste espaço; e quanto mais você medita e canta mantras nesse espaço, mais as energias do yoga são reforçadas neste seu espaço. São essas energias, que reforçarão a sua concentração para meditar, e quanto mais você reforça essas energias, mais elas retornam a você. Por isso a importância de manter o seu espaço de prática de Yoga somente para o Yoga. Isso não é uma critica a nenhum outro tipo de atividade, o que tem que ficar claro é que cada atividade tem suas próprias energias, algumas até compatíveis com o Yoga, outras menos compatíveis e outras gritantemente opostas ao Yoga. Para iniciar as práticas é bem fácil, basta ter apenas um pouco de força de vontade para conhecer a si mesmo e começar a praticar. Boas práticas.

 Om Namah Shivaya!!!

Daniel Nodari (Mahadeva)
Professor de Yoga e Músico
danielyoga@gmail.com







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