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Japamálá

JAPAMÁLÁ
Daniel Nodari (Mahádeva)


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Málá, em sânscrito, significa guirlanda, colar, terço ou simplesmente um "cordão de contas". Japa significa repetição, portanto japamálá é uma forma de colar com 108 contas que é utilizado principalmente para a prática de repetição de mantras, com isso se obtém uma excelente concentração o que facilita a entrada em um estado de meditação. O mais tradicional é que o málá possua 108 contas, mas existem málás com 54 ou 27 contas, ou seja, metade ou um terço de 108. Japa é uma excelente prática que rapidamente reduz as flutuações da mente e que é aconselhado práticas diárias pelos Gurus para termos êxito na meditação. Japa pode ser feito verbalizado (vaikhárí), sussurrado (upamshu) ou mentalizado (manasika).

O japamálá é um instrumento muito pessoal, toda a energia do mantra acaba se armazenando no málá. Essa energia armazenada faz com que a cada prática, a mente do sádhaka (praticante) se aproxime cada vez mais do estado de meditação. O verdadeiro autoconhecimento só acontecerá se a meditação for realmente vivenciada, pois este é o caminho para a auto-realização. Além de todas as energias intrínsecas dos mantras que permanecem no málá, a própria energia do sádhaka e do sádhana (prática) permanecem presentes no japamálá.

Existem dois tipos principais de Málá:

-Málá ou Japamálá: é feito de sementes (rudráksha, sândalo ou tulasi) e é utilizado para marcar o ritmo e o número das repetições de mantras. Através da repetição (japa), o mantra diminui a atividade dos pensamentos que normalmente são desordenados e agitados e direciona o foco mental do sádhaka para meditação. A utilização do málá é uma excelente ferramenta para obter uma boa concentração. Faça no mínimo um málá completo por dia, ou seja, 108 vezes o mesmo mantra.  Uma boa concentração poderá ser obtida fazendo 10 málás completos, 1080 mantras, mas não se assuste com este número, isso dura apenas poucos minutos e os resultados obtidos com a prática de japa valem o esforço. Esforce-se e busque manter uma prática de japa diariamente.  
 
-Pushpamálá: guirlandas de flores perfumadas, oferecidas aos grandes Yogis e às deidades em cerimônias em templos ou em altares. A oferenda de guirlanda de flores é muito usada em pújás. Tradicionalmente 108 flores compõem os pushpamálás que são oferecidas às deidades.

O ritmo de passagem de uma conta para outra varia de acordo com a velocidade em que o mantra é entoado ou mentalizado. Opte por vocalizar um mantra completo a cada exalação. O sádhana mais forte é feito em manasika japa, mentalizando o mantra.

Utilização:

Segure o málá com a mão direita e repouse sobre o dedo médio. Não é utilizado o dedo indicador para apoiar o málá, dedo indicador representa o próprio ego. Com o málá repousado sobre o dedo médio, utilize o dedo polegar para passar as contas. A mão direita fica elevada na altura do anáhata chakra, plexo cardíaco

Quando o Málá for muito grande devemos ter o cuidado de não o deixar encostar nem no chão e nem na sola dos pés. Para que isso não aconteça o japamálá deve ser segurado com a esquerda e elevado na altura ou acima do umbigo, desde que não passe muito da linha do umbigo. Mãos e boca também devem estar limpas para a prática de japa utilizando japamálá.

Inicie pela primeira conta após o Meru ou Sumeru (aquela conta que une o início com o fim, que fica por fora das demais contas e que é ornamentada com fios coloridos, geralmente vermelho). Ao chegar ao final gire e volte o japamálá iniciando novamente um novo kála (ciclo) de mantras. O Meru indica que estão finalizadas as 108 repetições do mesmo mantra. Utilize a própria passada de retorno pelo Meru como a repetição do centésimo oitavo mantra. Após a passada pelo Meru, inicie novamente pela primeira conta após o Meru. É sempre dada uma volta antes de iniciar um novo ciclo, nunca feito de forma continua e cíclica.

Essas informações possuem força efetiva quando são transmitidas diretamente de um guru. Vários livros e sites na internet fornecem estas mesmas informações, mas é somente na presença de um professor que você terá a certeza se está ou não utilizando o japamálá de maneira correta.

Para guardar o seu málá de prática diária, utilize um pano limpo ou um saquinho de tecido. Não pendure o seu japamálá de sádhana em paredes ou em lugares em que possa ficar exposto a qualquer tipo de energia. Guarde o japamálá como se fosse um tesouro, com o tempo perceberá que realmente é. Caso queira utilizar um japamálá pequeno no pescoço, reserve este málá somente para esta finalidade e ainda procure mantê-lo sempre dentro da roupa, se possível em contato com a pele, principalmente os japamálá de rudráksha e tulasi. O seu japamálá de prática diária de meditação não deve ser o mesmo que você usa no pescoço.

Japamálá não deve ser considerado um objeto de vaidade, é uma ferramenta de evolução espiritual, por isso evite expô-los como se fossem colares de adornos ou como se quisesse dizer que "olha só, eu pratico yoga e uso japamálá." Assim você deixará o seu japamálá exposto às energias negativas da rua, locais públicos, de outras pessoas e estará desvirtuando completamente o significado do japamálá. O málá é um instrumento para refrear e controlar o ego e não para fazer com que ele cresça.

Não existe problema em usar o málá exposto em escolas de Yoga, cerimônias de pujás, satsangas ou em contatos com gurus, pelo contrário, essas são exatamente as energias que nos conectam com as verdadeiras energias do Yoga. Mas saindo destes espaços, guarde o japamálá dentro da camiseta ou no saquinho de tecido.

Mantra tem a função de despertar estados profundos de consciência. O sádhaka ao longo de suas práticas busca dia após dia livrar-se dos seus pensamentos impuros, emoções densas, ambições fúteis, ego e refinar o seu Ser; tudo isso para buscar a sua essência, o seu verdadeiro eu e evolução espiritual.

Sábios antigos vivenciaram estes estados de consciência e nos passaram em forma de mantra e práticas de meditação, por isso que através do mantra obteremos estes estados que estão latentes dentro de cada ser humano e que precisa ser despertado através de práticas de meditação. O mantra quando executado com mantra chaitanya (consciência profunda dos sons) atua como este gatilho que impulsionará o praticante até estes níveis de consciência. Mantra sem mantra chaitanya é inócuo. Busque praticar japa diariamente, pela manhã e pela noite, nos mesmos horários e no mesmo local. Disciplina e prática diligente são alguns dos caminhos para essa evolução.

Boa prática !!! 
Daniel Nodari (Mahádeva) 
Om Namah Shivaya

danielyoga@gmail.com





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